A vida vivida aos pés do Senhor nos faz diferentes.

"Entrega teu caminho ao Senhor, confia
nele e o mais ele fará." (Salmos 37:5)


sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Voltando ao primeiro amor.

"O tempo não volta atrás" é uma das maiores verdades que existem.

Quem já não ouviu falar em primeiro amor?
               • Do homem com a mulher?
               • Do homem com Deus?

Primeiro amor é aquele sentimento que envolve todo o cristão novo convertido, que o motiva a buscar a Deus intensamente, louvá-lo em todo o tempo, querer falar deste maravilhoso Jesus para todos e em todas as situações... É o fogo do Senhor que envolve a nossa vida.


Mas neste instante vem aquela pergunta: onde está o nosso primeiro amor agora? Esfriou-se?

Onde está toda aquela disposição e empolgação que tínhamos? Apagou-se?


Ouve-se tanto falar sobre voltar ao primeiro amor, mas o tempo não volta!

Tenho certeza que se pudéssemos voltar no tempo, muito do que foi feito nas nossas vidas, não repetiríamos e muito do que deixamos de fazer, faríamos.



Apocalipse 2.2 conheço as tuas obras, e o teu trabalho, e a tua perseverança;
sei que não podes suportar os maus, e que puseste à prova
os que se dizem apóstolos e não o são, e os achaste mentirosos;
3 e tens perseverança e por amor do meu nome sofreste, e não desfaleceste.
4 tenho, porém, contra ti que deixaste o teu primeiro amor.
5 lembra-te, pois, donde caíste, e arrepende-te,
e pratica as primeiras obras; e se não, brevemente virei a ti,
e removerei do seu lugar o teu candeeiro, se não te arrependeres.


Ao meditar nesse texto, é de se impressionar com o fato de uma igreja tão elogiada, como a de Éfeso, ter recebido palavras tão duras de repreensão e advertência.

Que palavras impactantes! Quem não gostaria de ouvir o Senhor dizer que reconhece o trabalho, a perseverança, os sofrimentos que a pessoa tem suportado por amor do nome Dele?

Sim, o Senhor via todas essas coisas boas na vida dos nossos irmãos de Éfeso. Eles não desfaleceram em meio a tantas provas pelas quais haviam passado. Eles se mostravam duros contra o pecado na vida uns dos outros. Eles não aceitavam a mentira e desmascaravam os falsos apóstolos. Eles não suportavam os homens maus.


Mas todas essas qualidades, tão fortes nos efésios, pareceram desabar diante de uma sutil realidade. Digo sutil porque era algo que estava encoberto, escondido no interior. Ele via algo que poderia passar despercebido aos olhos humanos, mas não aos Seus. Apesar de continuarem frutíferos em suas boas obras, haviam deixado o primeiro amor. Haviam abandonado aquele afeto interior que move o coração apaixonado, o coração que encontra no outro alguém tão desejado e, motivado por este amor, faz todas as coisas levemente.


O Senhor dá muita importância à nossa relação de amor, de paixão para com ele, e isso é lindo! Ele dá mais valor a isso do que possamos imaginar! Afinal, para ele, todas as obras, todo o sofrimento e perseverança dos efésios, pareciam ser como nada diante desta ausência de amor apaixonado. Para ele, o que importa é uma atitude interior encharcada de afeto, e que, é claro, frutifique exteriormente em boas obras. Mas ele não valoriza apenas o que pode ser visto.


Infelizmente, vemos que é possível uma pessoa, um ministério, ou uma igreja, continuarem servindo a Cristo, por um tempo, ainda que movidos por outras coisas que não o amor apaixonado. Não quer dizer que deixaram de amar o Senhor, mas a pureza e o fogo do primeiro amor se esfriaram. É possível serví-lo, andar em santidade, e abundar em boas obras, ainda que o primeiro amor tenha se desvanecido. Mas isso só pode durar por um tempo. Quando o primeiro amor se vai, aos poucos o prazer se vai, e a obrigação entra na relação, destruindo-o completamente. Sem o primeiro amor, a sentença é a destruição.


Os cristãos de Éfeso, ainda que tenham se arrependido e voltado à prática das primeiras obras, certamente, não conseguiram permanecer nelas. Aconteceu exatamente como o Senhor havia advertido. Eles não conseguiram sustentar as obras sem o primeiro amor.


Hoje, Éfeso está em ruínas. Essa cidade, que havia sido a capital do cristianismo oriental, foi perdendo totalmente sua distinção. O cristianismo saiu do oriente para o ocidente, deixando aquela região em trevas, pois foi removido o candeeiro, a luz da igreja de Cristo.


Nós temos aprendido a responsabilidade da igreja, do povo de Deus, de se converter dos maus caminhos, a fim de que o Senhor venha sarar a terra (II crônicas 7:14). O pecado da igreja de Éfeso era tão sutil, mas tão fatal, que fez morrer todas as suas grandes obras. Como uma tempestade, destruiu o que haviam edificado com suor e lágrimas. O abandono do primeiro amor ao Senhor Jesus destruiu a beleza de uma igreja, de uma cidade, de toda uma região que anteriormente brilhou.


Voltando ao primeiro amor:


Lembra-te (v 5): procure o ponto aonde o amor esfriou, buscando o fato gerador da queda, a situação que jogou água na fervura.


Arrepende-te (v 5): sem comentários (apenas arrepende-te) e volte ao primeiro amor, mantendo a luz acesa e a paixão por Deus sempre alimentada.


Kenio

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